Wednesday, March 29, 2006

Uma distinção não bem definida

Primeiro deixa que eu lhe diga, caro amigo, a internet ainda é um dos locais onde mais se tem e mais se preza a liberdade dos usuários - embora com visíveis problemas na outra ponta, a da responsabilidade. Ainda existe muito anonimato e, conseqüentemente, muita irresponsabilidade na rede, uma coisa é fruto da outra. Qualquer um compreende que é muito difícil atingir as duas metas, para se ter um bom controle é preciso restringir certas liberdades, então...

Esse intróito é só para declarar que ninguém vai dizer para ninguém o que deve ou não fazer na rede, o que deve publicar ou como deve publicar. Fora alguns princípios básicos, cada um faz o que quer. Os puristas entendem que os blogs deveriam ter como tema básico a usabilidade, ou seja, deveriam ser utilitários, servir para alguma coisa, evitando o inevitável: a poluição do ciberespaço.

Basta uma navegada pela rede para constatar que estamos a milhões de quilômetros - e de blogs! - de distância desse objetivo. Eu mesmo, devo confessar a bem da verdade, escrevo muita coisa que, dentro desse rigor do utilitarismo deveria ser simplesmente apagada da rede. Eu entendo a alegação de quem defende o ponto de vista do utilitarismo, os mecanismos de buscas ainda não conseguem separar eficientemente o que é sério do que é bobagem.

Seria o caso de propor uma espécie de autoclassificação, funcionaria assim: cada autor faria uma análise daquilo que escreveu e seria implacável, marcaria o seu texto como "utilitário" ou "inútil". Eu acredito que muito lixo ficaria de fora dos mecanismos de busca, tem muita gente sincera nesse mundo.

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