Sunday, February 26, 2006

Uisquinho Caro!

Hoje eu escrevi num outro blog meu, no 100, sobre os contrastes desse nosso país e o desconforto que a classe dos ricos deveria ter - mas infelizmente não tem - em relação a certas atitudes, que até podem ser consideradas normais em outras sociedades, mas que aqui, convivendo com tanta miséria, com tanta fome, soa como um verdadiro acinte.

Só para vocês verem que eu tenho razão no que eu digo, agora há pouco eu estava lendo uma notinha no jornal, informando que uma loja paulistana vende uma marca de uísque, o "1805", envelhecido durante 45 anos, pela bagatela de 60 mil reais a garrafa (isso mesmo que você leu, R$60.000,00 a garrafa!), o que só vem confirmar a minha tese.

Você deve ter ficado pasmo, ou assustado com o valor do "scotch", mas se você puxar um pouco pela memória, talvez você se lembre que o nosso atual presidente, esse mesmo, que se apresenta como representante da pobreza nacional, já sentou em mesa de restaurante e tomou vinho de 9 mil reais (R$9.000,00 a garrafa!) a garrafa, o que considerando-se que é preço de vinho, compete com o scotch da notícia anterior.

São essas atitudes que deveriam constranger os nossos ricos, conviver com esse tipo de coisa e saber que temos gente morrendo de fome. Pior do que isso é saber que muitos desses consomem estes produtos que custam verdadeiras fortunas e sonegam os impostos - porque a maioria dos nossos ricos sonegam imposto! - que pertencem ao pobres.

Monday, February 20, 2006

Joguinhos de Azar

Não acredito em jogo que todos ganham, pela própria natureza de qualquer jogo, semper é requerido que alguns devam perder para que os outros possam ganhar. Eu sou por natureza refratário a jogos de azar, bem dito, jogos de cartas e outros tipos de jogos, principalmente se forem jogados a dinheiro, aí então não contem comigo, que estou fora.

Muitos defendem o jogo, as alegações são muitas, é normal, atitude de quem é viciado, quem, sendo viciado, não defende o vício a que está preso? Sim, porque jogar é um vício, uma compulsão. Se é num grupo de amigos e você ganha, aquele que perde vai sair no prejuízo, sairá magoado. Se você perder, será você o magoado. Sempre alguém sairá mal no negócio.

Quer saber mais? Não gosto nem desses jogos de loteria, aparentemente inofensivos, mas que alimentam no povo uma falsa ilusão, a ilusão de que é possível enriquecer, que é possível ganhar dinheiro sem trabalhar, o que é uma falácia, uma mentira. Ninguém revela que as possibilidades de você ganhar qualquer coisa nesses jogos são absurdamente impossíveis. O povo tem que ter a consciência de que para ganhar dinheiro é necessário trabalhar, ou que o dinheiro é uma conseqüência do esforço pessoal de cada um.

Wednesday, February 15, 2006

Resultados de Peso

Para que essas pesquisas eleitorais produzissem resultados confiáveis, além dos cuidados técnicos e da necessária insenção na coleta dos dados, a base precisaria ser formada por eleitores com pessoas que, pelo menos em sua maioria tivessem uma mínima cultura política, que soubessem o que estão respondendo.

Essa coisa de "mostrar figurinhas" e dizer em qual desses você votaria/não votaria?, pode até ser um método estatístico válido, eu não vou discutir metodologias numa área que não sou formado. Mas cheira a escolha de marca de sabão em pó. Não é? Eu sei, e pode até não ser, mas cheira a.

Não se pode responsabilizar institutos de pesquisas pela qualidade inferior na formação da base de consulta, seria uma imputação absurda. Continuo com a minha impressão, que não é de agora, não sofre do vício do resultado imediato, a de que nossa forma de cadastramento eleitoral é totalmente errado. A defesa de que a universalização do voto lhe confere democracia é uma falácia.

Conferir a uma massa ignara o poder de decidir pela maioria é transferir a incultos e despreparados a missão de decidir os destinos da nação. A ser válida a tese, deveríamos levá-la para todos os níveis: os piores decidindo a vida das empresas, assumindo cargos de direção governamental.

Dizer que devemos educar, que educar é a solução, é chover no molhado. Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? Ou seja, não me enche o saco com teses que nunca se transformam em realidade, há quinhentos anos escutamos a mesma balela. Criaram um multidão de mobraleanos que tem o mesmo valor dos analfabetos de outrora. O cara assina o nome e daí? E daí? E daí?

Já começa a encher o saco esses "politicamente corretos" que nunca são atingidos. Até porque não há o menor interesse que um dia sejam. A própria classe corrupta política - repito - a própria classe política formada por corruptos se encarrega de bombardear as boas idéias, a intenção é manter o voto de cabresto, o voto estúpido, o voto analfabeto, o voto inútil, o voto sem consciência, o voto sem valor.

A mesma lenga-lenga se ouve quando se fala em segurança, aí a lenga-lenga passa a ser "problema social"; no caso da política, a lenga-lenga é "educação"; e quando o assunto é miséria, a lenga-lenga é "distribuição de renda". Eu pergunto: qual o real - EU DISSE R E A L - avanço nessas áreas nos últimos 50 anos? Quanto melhoramos em termos de educação e distribuição de renda?

Criar um mobral e ensinar um Zé Mané a assinar "Zé Mané" num pedaço de papel pode ser emocionante, motivo de choro, muito bonito! Mas não resolve chongas em termos reais! Passar a renda do cara de 3.000 reais por ano para 3.500 também , não. O que ele vai fazer? Passar a investir o que "sobra" na bolsa?

Esse é o problema do nosso país, muito papo furado, muita enrolação, muito lenga-lenga, conversa pra boi nanar, coisas que não têm resultados práticos; o que teria resultados práticos? Várias coisas: primeiro acabar com a roubalheira, para aplicar melhor os recursos e dar o exemplo; um programa sério de controle da natalidade, não bolsas famílias que "premiam burramente quem tem mais filhos"; um programa de educação integral - educacional, de cidadania e profissional - como sonhou - e realizou - Brizola, mas que os políticos encarregaram de matar logo, porque "perigava dar certo".

Essas coisas me lembram aquelas histórinhas dos egipcios e da invenção do vidro inquebrável. Quando surgia "um idiota com uma fórmula do vidro inquebrável" o faraó mandava logo matar, para não correr o risco de acabar a indústria do vidro egipcia. Não adianta se estender em demasia, aqui, "mutatis, mutandis", o caso é o mesmo, nenhuma boa idéia prospera, há um enorme interesse em manter o "status quo". A grande verdade é que ninguém quer que nada dê certo. Embaixo desses discursos bobos, desse monte de lenga-lenga, o que eles querem é que continue tudo do jeito como está, que, para eles, está tudo mais do que bom, está ótimo!

Saturday, February 11, 2006

Me engana que eu gosto

A má gestão e o empreguismo no funcionalismo federal é a pior notícia para o próprio funcionalismo público federal. Um governo como este do PT, cujo costume de partidarizar o governo é bem conhecido, só faz mal ao próprio funcionalismo público.

A imagem deturpada do funcionário na administração pública vem desse afã de nomear milhares para cargos em comissões, de inflar os quadros da administração com os olhos colocados no dízimo que o partido cobra dos seus filiados.

Por dever de justiça deve se dizer que essa não é uma exclusividade petista, muito embora tenha se agravado no atual governo. A começar pela febre na criação de novos ministérios para a "acomodação da cumpanheirada"

Outro cancro na administração pública são essas malfadadas publicidades institucionais, que não tem outro propósito - na sua quase totalidade - que não o de fazer propaganda com dinheiro do povo com fins eleitoreiros.

Enquanto isso o governo tenta nos fazer crer que novas leis resolverão os problemas do país...