Wednesday, February 15, 2006

Resultados de Peso

Para que essas pesquisas eleitorais produzissem resultados confiáveis, além dos cuidados técnicos e da necessária insenção na coleta dos dados, a base precisaria ser formada por eleitores com pessoas que, pelo menos em sua maioria tivessem uma mínima cultura política, que soubessem o que estão respondendo.

Essa coisa de "mostrar figurinhas" e dizer em qual desses você votaria/não votaria?, pode até ser um método estatístico válido, eu não vou discutir metodologias numa área que não sou formado. Mas cheira a escolha de marca de sabão em pó. Não é? Eu sei, e pode até não ser, mas cheira a.

Não se pode responsabilizar institutos de pesquisas pela qualidade inferior na formação da base de consulta, seria uma imputação absurda. Continuo com a minha impressão, que não é de agora, não sofre do vício do resultado imediato, a de que nossa forma de cadastramento eleitoral é totalmente errado. A defesa de que a universalização do voto lhe confere democracia é uma falácia.

Conferir a uma massa ignara o poder de decidir pela maioria é transferir a incultos e despreparados a missão de decidir os destinos da nação. A ser válida a tese, deveríamos levá-la para todos os níveis: os piores decidindo a vida das empresas, assumindo cargos de direção governamental.

Dizer que devemos educar, que educar é a solução, é chover no molhado. Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? Ou seja, não me enche o saco com teses que nunca se transformam em realidade, há quinhentos anos escutamos a mesma balela. Criaram um multidão de mobraleanos que tem o mesmo valor dos analfabetos de outrora. O cara assina o nome e daí? E daí? E daí?

Já começa a encher o saco esses "politicamente corretos" que nunca são atingidos. Até porque não há o menor interesse que um dia sejam. A própria classe corrupta política - repito - a própria classe política formada por corruptos se encarrega de bombardear as boas idéias, a intenção é manter o voto de cabresto, o voto estúpido, o voto analfabeto, o voto inútil, o voto sem consciência, o voto sem valor.

A mesma lenga-lenga se ouve quando se fala em segurança, aí a lenga-lenga passa a ser "problema social"; no caso da política, a lenga-lenga é "educação"; e quando o assunto é miséria, a lenga-lenga é "distribuição de renda". Eu pergunto: qual o real - EU DISSE R E A L - avanço nessas áreas nos últimos 50 anos? Quanto melhoramos em termos de educação e distribuição de renda?

Criar um mobral e ensinar um Zé Mané a assinar "Zé Mané" num pedaço de papel pode ser emocionante, motivo de choro, muito bonito! Mas não resolve chongas em termos reais! Passar a renda do cara de 3.000 reais por ano para 3.500 também , não. O que ele vai fazer? Passar a investir o que "sobra" na bolsa?

Esse é o problema do nosso país, muito papo furado, muita enrolação, muito lenga-lenga, conversa pra boi nanar, coisas que não têm resultados práticos; o que teria resultados práticos? Várias coisas: primeiro acabar com a roubalheira, para aplicar melhor os recursos e dar o exemplo; um programa sério de controle da natalidade, não bolsas famílias que "premiam burramente quem tem mais filhos"; um programa de educação integral - educacional, de cidadania e profissional - como sonhou - e realizou - Brizola, mas que os políticos encarregaram de matar logo, porque "perigava dar certo".

Essas coisas me lembram aquelas histórinhas dos egipcios e da invenção do vidro inquebrável. Quando surgia "um idiota com uma fórmula do vidro inquebrável" o faraó mandava logo matar, para não correr o risco de acabar a indústria do vidro egipcia. Não adianta se estender em demasia, aqui, "mutatis, mutandis", o caso é o mesmo, nenhuma boa idéia prospera, há um enorme interesse em manter o "status quo". A grande verdade é que ninguém quer que nada dê certo. Embaixo desses discursos bobos, desse monte de lenga-lenga, o que eles querem é que continue tudo do jeito como está, que, para eles, está tudo mais do que bom, está ótimo!

No comments: